30 outubro, 2012

Sonetos

Meus queridos alunos do 8º ano, como prometi aqui estão mais informações sobre SONETOS.





O soneto é oriundo da poesia lírica clássica e, por isso, apresenta certa regularidade métrica
constitui-se de dois quartetos e dois tercetos, com quatorze  versos que podem ser 
escandidos (divididos) em decassílabos ou alexandrinos (doze sílabas poéticas). Dentre as 
temáticas abordadas nesse gênero, há certa variedade conforme a época em que foram 
produzidas e de acordo com o projeto literário e estilístico de cada escritor. Assim, é possível 
encontrar nos sonetos desde declarações de amor a um ente afetivo ou, até mesmo, queixa, 
resignação acerca de um amor perdido /  uma desilusão amorosa, além de ser recorrente o 
registro de alguma outra situação melancólica, nostálgica, sensitiva ou reflexiva que acomete 
o sujeito poético.

Um dos recursos da forma clássica mais evidenciado no formato soneto é a utilização de 
rimas.
Rima: é um dos recursos rítmicos mais utilizados em textos poéticos. Ela é construída a partir de uma combinação sonora entre vogais e consoantes presentes no interior ou ao final dos versos.
Alguns sonetos de minha preferência: 

SONETO DO AMOR TOTAL
Vinicius de Moraes

 Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, e um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo, de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Soneto
Chico Buarque

Por que me descobriste no abandono
Com que tortura me arrancaste um beijo
Por que me incendiaste de desejo
Quando eu estava bem, morta de sono

Com que mentira abriste meu segredo
De que romance antigo me roubaste
Com que raio de luz me iluminaste
Quando eu estava bem, morta de medo

Por que não me deixaste adormecida
E me indicaste o mar com que navio
E me deixaste só, com que saída

Por que desceste ao meu porão sombrio
Com que direito me ensinaste a vida
Quando eu estava bem, morta de frio


Estudem o assunto e deliciem-se, poesia é tudo de bom!!

"A poesia é a música da alma, e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais." (Voltaire)

Beijos!
Andréa


MORICONI, Ítalo. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

História do soneto e muitos exemplos de sonetos da literatura brasileira e estrangeira: http://www.elsonfroes.com.br/osoneto.htm
Sonetos de escritores contemporâneos: http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/?&pag=


2 comentários:

Anônimo disse...

Até q é bonito, mais é muito difícil de escrever soneto!

Anônimo disse...

ISSO TUDO VAI CAIR NA PROVA ANDREA?