O soneto é oriundo da poesia lírica clássica e, por isso, apresenta certa regularidade métrica:
constitui-se de dois quartetos e dois tercetos, com quatorze versos que podem ser
escandidos (divididos) em decassílabos ou alexandrinos (doze sílabas poéticas). Dentre as
temáticas abordadas nesse gênero, há certa variedade conforme a época em que foram
produzidas e de acordo com o projeto literário e estilístico de cada escritor. Assim, é possível
encontrar nos sonetos desde declarações de amor a um ente afetivo ou, até mesmo, queixa,
resignação acerca de um amor perdido / uma desilusão amorosa, além de ser recorrente o
registro de alguma outra situação melancólica, nostálgica, sensitiva ou reflexiva que acomete
o sujeito poético.
Um dos recursos da forma clássica mais evidenciado no formato soneto é a utilização de
rimas.
Rima: é um dos recursos rítmicos mais utilizados em textos poéticos. Ela é construída a partir de uma combinação sonora entre vogais e consoantes presentes no interior ou ao final dos versos.
Alguns sonetos de minha preferência:
SONETO DO AMOR TOTAL
Vinicius de Moraes
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, e um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo, de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Soneto
Chico Buarque
Por que me descobriste no abandono
Com que tortura me arrancaste um beijo
Por que me incendiaste de desejo
Quando eu estava bem, morta de sono
Com que mentira abriste meu segredo
De que romance antigo me roubaste
Com que raio de luz me iluminaste
Quando eu estava bem, morta de medo
Por que não me deixaste adormecida
E me indicaste o mar com que navio
E me deixaste só, com que saída
Por que desceste ao meu porão sombrio
Com que direito me ensinaste a vida
Quando eu estava bem, morta de frio
Estudem o assunto e deliciem-se, poesia é tudo de bom!!
"A poesia é a música da alma, e, sobretudo, de almas grandes e sentimentais." (Voltaire)
Beijos!
Andréa
MORICONI, Ítalo. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
História do soneto e muitos exemplos de sonetos da literatura brasileira e estrangeira: http://www.elsonfroes.com.br/osoneto.htm
Sonetos de escritores contemporâneos: http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/?&pag=
2 comentários:
Até q é bonito, mais é muito difícil de escrever soneto!
ISSO TUDO VAI CAIR NA PROVA ANDREA?
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